A mobilidade sustentável tem se consolidado como um dos pilares centrais das políticas públicas voltadas à qualidade de vida urbana. De acordo com Ricardo Chimirri Candia, ex-prefeito de Corumbá, integrar sustentabilidade e gestão pública na formulação de sistemas de transporte é essencial para reverter os impactos ambientais do trânsito tradicional. Em especial nas cidades médias, onde o crescimento urbano é acelerado, pensar um transporte público eficiente e ecológico é uma oportunidade estratégica.
Planejar soluções de mobilidade que reduzam a dependência dos veículos particulares exige uma atuação coordenada entre diferentes esferas da administração pública. Esse processo passa pela reavaliação dos modais utilizados, incentivo à inovação e foco em políticas de longo prazo. A meta não é apenas tornar o transporte mais funcional, mas também mais limpo, acessível e integrado ao cotidiano da população. Saiba mais a seguir:
Diagnóstico urbano na gestão pública e mobilidade sustentável: conhecendo o território antes de intervir
O primeiro passo para estruturar um sistema de mobilidade sustentável em cidades médias é a realização de um diagnóstico técnico e social do território. Esse mapeamento deve considerar dados sobre fluxo de passageiros, principais rotas de deslocamento, horários de pico, zonas de adensamento populacional e áreas desassistidas por transporte coletivo. A partir dessas informações, é possível identificar gargalos logísticos e oportunidades de otimização.

Além dos dados quantitativos, ouvir a população local também é essencial. A gestão pública deve promover consultas populares, audiências públicas e canais digitais de participação para entender as reais necessidades dos cidadãos. Conforme explica o engenheiro Ricardo Chimirri Candia, esse diálogo com a comunidade fortalece a legitimidade das políticas públicas e aumenta a adesão da sociedade às mudanças propostas, reduzindo resistências e ampliando os efeitos positivos das ações.
Modernização da frota e investimento em corredores exclusivos
Com o território e o perfil dos usuários bem compreendidos, o próximo passo é modernizar a frota e racionalizar as linhas de transporte público. A substituição gradual de veículos movidos a diesel por modelos elétricos ou híbridos contribui para a redução das emissões de poluentes e do ruído urbano. Essa renovação também diminui os custos operacionais ao longo do tempo e melhora a qualidade do serviço prestado.
Nesse sentido, outro ponto-chave está na criação de corredores exclusivos para ônibus e faixas de prioridade para veículos coletivos. Esses elementos aumentam a velocidade média dos trajetos, tornam o transporte mais competitivo em relação ao carro particular e reduzem o tempo de espera nas paradas. Segundo Ricardo Chimirri Candia, quando o sistema público oferece conforto, pontualidade e previsibilidade, os cidadãos tendem a adotá-lo com mais confiança, promovendo uma mudança de cultura urbana.
Integração intermodal e uso de tecnologias inteligentes
Uma cidade média que deseja promover um trânsito mais verde deve pensar além do ônibus convencional. A integração entre diferentes modais — como bicicletas públicas, vans escolares, aplicativos de transporte compartilhado e até pequenos VLTs (Veículos Leves sobre Trilhos) — amplia a capilaridade do sistema e responde melhor à diversidade de demandas. A conectividade entre esses meios deve ser planejada de forma a reduzir os deslocamentos a pé e facilitar a transição entre linhas.
Nesse contexto, o uso de tecnologias inteligentes é um diferencial cada vez mais acessível. Ferramentas como aplicativos de horários em tempo real, bilhetagem eletrônica integrada e painéis informativos digitais facilitam a experiência do usuário. Como destaca Ricardo Chimirri Candia, essas inovações não apenas tornam o transporte mais funcional, mas também fornecem dados valiosos para a gestão pública monitorar a eficiência do sistema e ajustá-lo com agilidade sempre que necessário.
Em resumo, a mobilidade sustentável nas cidades médias depende de uma gestão pública técnica, estratégica e participativa. Planejar o transporte coletivo de forma integrada, investir em tecnologias limpas e ouvir os cidadãos são ações indispensáveis para transformar o trânsito urbano em um aliado da sustentabilidade. Para Ricardo Chimirri Candia, é por meio dessa abordagem que gestores públicos podem garantir cidades mais humanas, acessíveis e preparadas para os desafios do futuro.
Autor: Timofey Filippov