A agricultura moderna enfrenta um grande desafio: aumentar a produtividade sem comprometer o meio ambiente. Aldo Vendramin, empresário e fundador, explica que nesse cenário, os biofertilizantes surgem como uma alternativa eficiente, natural e econômica aos adubos químicos tradicionais. Compreender a origem e o funcionamento desses produtos é essencial para quem busca unir rentabilidade e sustentabilidade no campo.
Neste artigo buscamos conceituar o que são os biofertilizantes e como eles vem sobressaindo no mercado e para os produtores.
As origens dos biofertilizantes e o início da agricultura biológica
Os biofertilizantes nasceram no início do século XX, quando cientistas passaram a estudar os microrganismos presentes no solo e seu papel na fertilidade natural das plantas. Pesquisadores descobriram que bactérias, fungos e algas tinham a capacidade de fixar nitrogênio, decompor matéria orgânica e liberar nutrientes, funções que reduziam a necessidade de adubos sintéticos.

Com o tempo, essa descoberta se transformou em um movimento global de agricultura biológica, que visava restaurar solos degradados e reduzir o impacto ambiental do cultivo intensivo. No Brasil, o uso de biofertilizantes começou a ganhar força entre as décadas de 1970 e 1980, impulsionado por universidades agrícolas e pela Embrapa, que desenvolveram as primeiras formulações com microrganismos nativos adaptados ao clima tropical.
De acordo com o senhor Aldo Vendramin, esse foi o ponto de virada que mostrou ao produtor rural que é possível aumentar a produtividade com equilíbrio ambiental, sem depender exclusivamente de insumos químicos.
O que são e como atuam os biofertilizantes?
Os biofertilizantes são produtos biológicos à base de microrganismos vivos, como bactérias, fungos e leveduras, que estimulam o crescimento das plantas e melhoram a qualidade do solo. Eles atuam em diferentes frentes:
- Fixam nitrogênio da atmosfera e o disponibilizam para as raízes.
- Solubilizam fósforo e potássio, tornando-os mais acessíveis às plantas.
- Produzem hormônios naturais de crescimento e fortalecem o sistema radicular.
- Reequilibrando a microbiota do solo, reduzindo a incidência de pragas e doenças.
O resultado é um ciclo mais saudável, com plantas vigorosas, solos férteis e maior eficiência no uso da água e dos nutrientes. Além disso, os biofertilizantes ajudam a reduzir os custos de produção, já que diminuem a necessidade de fertilizantes químicos.
Evolução tecnológica e regulamentação no Brasil
Com o avanço da biotecnologia, os biofertilizantes se tornaram produtos altamente especializados. Hoje, existem linhagens específicas de microrganismos desenvolvidas para diferentes culturas: soja, milho, cana, hortaliças e pastagens, todas com registro e controle de qualidade pelo Ministério da Agricultura (MAPA).
Empresas brasileiras e internacionais investem em pesquisa e inovação para criar produtos mais estáveis e de fácil aplicação, seja por pulverização, fertirrigação ou tratamento de sementes. Segundo Aldo Vendramin, o Brasil é um dos países mais promissores nesse setor, já que combina biodiversidade rica e clima favorável à multiplicação de microrganismos benéficos.
Essa evolução também permitiu que o produtor rural tivesse mais segurança ao adotar o uso de biofertilizantes, que hoje contam com rótulos, dosagens e recomendações técnicas padronizadas.
Onde encontrar e como utilizar biofertilizantes?
Os biofertilizantes podem ser obtidos de três formas principais:
- Produtos comerciais certificados:
- Vendidos em cooperativas, revendas agrícolas e distribuidoras autorizadas.
- Contêm cepas padronizadas e são indicados para grandes áreas cultivadas.
- Devem ser aplicados conforme recomendação técnica e sempre em condições de temperatura e umidade adequadas.
- Vendidos em cooperativas, revendas agrícolas e distribuidoras autorizadas.
- Produção artesanal na fazenda:
- Possível em pequenas propriedades, utilizando esterco, melaço e microrganismos eficientes (EMs).
- Exige cuidado com higiene e proporções, mas pode ser uma solução complementar em sistemas orgânicos.
- Possível em pequenas propriedades, utilizando esterco, melaço e microrganismos eficientes (EMs).
- Parcerias e programas de pesquisa:
- Instituições como Embrapa, universidades e cooperativas rurais oferecem treinamentos e fornecem amostras de biofertilizantes para multiplicação local.
- Essa prática estimula o aprendizado técnico e a adoção de tecnologias biológicas no campo.
- Instituições como Embrapa, universidades e cooperativas rurais oferecem treinamentos e fornecem amostras de biofertilizantes para multiplicação local.
A aplicação correta e o acompanhamento técnico são fundamentais para garantir os resultados. Cada cultura e tipo de solo responde de forma diferente, por isso a dosagem deve ser ajustada com base em análises e recomendações agronômicas, como destaca o senhor Aldo Vendramin.
Os benefícios e o impacto sustentável dos biofertilizantes
O uso contínuo de biofertilizantes traz uma série de benefícios ambientais e econômicos. Entre os principais, destacam-se:
- Melhoria da estrutura física e biológica do solo, com aumento da matéria orgânica.
- Redução da dependência de fertilizantes químicos e do consumo de energia na produção agrícola.
- Aumento da resistência natural das plantas contra pragas e doenças.
- Maior retenção de água e eficiência nutricional, o que garante produtividade mesmo em períodos de seca.
- Contribuição direta para a redução da emissão de gases de efeito estufa.
Os biofertilizantes representam uma das maiores evoluções da agricultura moderna, ressalta Aldo Vendramin. Eles unem ciência e consciência ambiental, mostrando que o futuro do campo está em produzir mais, mas com menos impacto.
Conclusão: uma nova era para o solo e para o produtor rural
Os biofertilizantes simbolizam a transição do agronegócio para uma era mais inteligente, sustentável e regenerativa. Eles não apenas nutrem as plantas, mas restauram a vitalidade do solo e reduzem a pegada ambiental da produção agrícola.
Como considera Aldo Vendramin, o produtor que investe em soluções biológicas investe também no futuro do planeta e na longevidade de seu próprio negócio. O solo vivo é o verdadeiro patrimônio do campo, e cuidar dele é o primeiro passo para uma agricultura mais produtiva, equilibrada e responsável.
Autor: Timofey Filippov

