Os dados do Censo 2022 revelam uma realidade significativa e muitas vezes negligenciada: o Brasil tem 14,4 milhões de pessoas com deficiência, representando 7,3% da população com dois anos ou mais de idade. Essa marca expressiva exige atenção especial de políticas públicas, principalmente em um país onde a exclusão social e a desigualdade ainda são obstáculos para milhões de brasileiros. As deficiências consideradas no levantamento vão desde dificuldades severas de locomoção até limitações sensoriais e cognitivas, retratando um panorama amplo de desafios. Para ser classificada como pessoa com deficiência, a condição relatada precisa causar grande dificuldade ou impossibilidade funcional, excluindo casos leves ou transitórios.
É fundamental entender que quando se afirma que o Brasil tem 14,4 milhões de pessoas com deficiência, não se trata apenas de uma estatística, mas de vidas que convivem com barreiras físicas, sociais e econômicas diariamente. O levantamento do IBGE aponta que essas limitações impactam diretamente a independência e a participação plena em atividades rotineiras como estudar, trabalhar e se comunicar. A inclusão social dessas pessoas passa, necessariamente, por infraestrutura urbana acessível, serviços de saúde eficientes, educação especializada e oportunidades de emprego adaptadas. A ausência dessas garantias torna ainda mais vulnerável um grupo que, por si só, já enfrenta inúmeros obstáculos estruturais.
Um ponto de destaque nos dados do Censo é a desigualdade de gênero presente na distribuição. Dos 14,4 milhões de pessoas com deficiência no Brasil, 8,3 milhões são mulheres, enquanto 6,1 milhões são homens. Essa diferença sugere não só questões biológicas e de expectativa de vida, mas também desigualdades sociais que aumentam a vulnerabilidade das mulheres com deficiência. Ao reconhecer que o Brasil tem 14,4 milhões de pessoas com deficiência, torna-se essencial considerar interseccionalidades, como gênero, raça e classe, que agravam as dificuldades enfrentadas por determinadas parcelas da população.
O Censo também revelou que entre os tipos mais comuns de limitações estão as dificuldades para enxergar, andar, ouvir e manusear objetos. Ao todo, 7,9 milhões de brasileiros enfrentam problemas visuais graves, enquanto 5,2 milhões têm mobilidade reduzida. Quando se diz que o Brasil tem 14,4 milhões de pessoas com deficiência, está implícito um mosaico de condições que requerem abordagens específicas para cada necessidade. Políticas públicas padronizadas não são suficientes para atender tamanha diversidade. A segmentação das ações é essencial para promover uma inclusão real e eficaz.
Outro dado relevante é a distribuição etária das pessoas com deficiência. O número cresce proporcionalmente com o avanço da idade, chegando a superar 50% entre os brasileiros com mais de 90 anos. Isso reforça a ideia de que o envelhecimento da população irá ampliar ainda mais o contingente que vive com limitações severas. Reconhecer que o Brasil tem 14,4 milhões de pessoas com deficiência hoje é apenas o primeiro passo. A projeção para os próximos anos exige planejamento estratégico, com foco em acessibilidade urbana, cuidados prolongados e adaptação de serviços essenciais para uma população cada vez mais idosa e dependente de apoio institucional.
A desigualdade regional também chama atenção nos dados do Censo. O Nordeste lidera em todos os tipos de deficiência analisados, sendo a única região com percentual acima da média nacional. Essa concentração sugere que fatores como pobreza, baixa qualidade dos serviços de saúde e infraestrutura precária impactam diretamente a prevalência de deficiência. Se o Brasil tem 14,4 milhões de pessoas com deficiência, parte significativa delas está concentrada em territórios com menor acesso a políticas públicas eficazes. Isso reforça a urgência de estratégias regionais específicas para combater os efeitos cumulativos da desigualdade social e da exclusão.
Outro aspecto importante revelado pelo levantamento é que 16% dos domicílios brasileiros têm ao menos uma pessoa com deficiência. Esse dado mostra que o impacto da deficiência ultrapassa o indivíduo, atingindo toda a estrutura familiar. Quando se afirma que o Brasil tem 14,4 milhões de pessoas com deficiência, está se falando também de milhões de famílias que enfrentam dificuldades adicionais no cotidiano, como falta de transporte adaptado, carência de escolas inclusivas, ausência de centros de reabilitação e poucas oportunidades no mercado de trabalho. O peso do cuidado recai muitas vezes sobre mães e parentes próximos, em um sistema informal e sobrecarregado.
É impossível discutir inclusão sem mencionar o número de pessoas diagnosticadas com transtorno do espectro autista, que chegou a 2,4 milhões no Censo de 2022. Embora nem todas sejam consideradas pessoas com deficiência, o recorte mostra que o Brasil precisa de uma rede mais robusta de diagnóstico, apoio e acompanhamento para crianças e adultos com TEA. Ao lado dos 14,4 milhões de pessoas com deficiência já contabilizadas, esse grupo amplia ainda mais o desafio da inclusão. Diante disso, o Brasil tem 14,4 milhões de pessoas com deficiência que exigem não só visibilidade, mas prioridade em políticas públicas, investimentos e comprometimento institucional de todas as esferas do poder público.
Autor: Timofey Filippov